quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

SEM PORTAS PARA O AMOR

Um dia a porta abre e o sol entra,
Portas abertas do coração para o amor,
Um dia arranco a porta definitivamente,
Sem portas nem porteiras, sem divisas,
Um dia não vamos precisar de portas,
Sem fronteiras, sem de algemas emocionais,
Sem correntes imaginais, sem cordas no pescoço,
A liberdade é de dentro para fora, leveza da alma,
A brisa sopra em cada brecha com suavidade,
A imaginação é terreno fértil para a emoção,
Na gostosa confusão entre o real e imaginário,
No meu pedaço de terra finquei os pés,
Na tentativa de não perder meu chão,
Um dia a porta abre e a ventania leva embora:
As dores exacerbadas, as agonias e anseios,
No mundo da poesia, composição de versos,
Sonhos, ilusões e alegrias, devaneios,
Coração em emoção salta de palpitação,
Sem portas abro as comportas das recordações,
Cada lembrança saudades semelhantes,
Na poesia a dança da imaginação libertada.
Marta Paes

AMOR VULCÃO EM ERUPÇÃO

Quero um amor em estado de ebulição,
Quente como chapa quente, coloco a mão,
Vapor escaldante, aroma do amor exalando,
Transpiração aquecida no embalo do amor,
A perda do encanto torna o amor morno,
O preenchimento de algo saliente, envolvendo,
Quero ser reconquista como no primeiro dia,
A emoção comprometida, um amor sem revelia,
Amor sentimento transcendente e inocente,
Quero surpreender e ser surpreendida na magia,
Cuidar para aquecedor do amor funcione sempre,
Nada de morno, ou de temperatura ambiente,
Acredito no amor quente, morno esfria, fica gelado,
A brasa solitária tende a apagar, amor compartilhado,
Duas brasas propagam incêndios, sensações aquecidas,
Tem uma fogueira no meu coração que alimenta o amor,
Queima de emoção por você, um querer  que foge a razão,
Enquanto houver fogo, incêndios, erupção, haverá paixão,
Sentimentos imbuídos de calor, o termostato do amor,
A brasa amor precisa ser alimentada na chama da paixão.
Marta Paes



NOSSO BEIJO E O BEIJO DA LUA

Viajei em uma estrela cadente saliente,
Na cadencia a sequencia inocente do amor,
O amor me segurou em sua plenitude,
Aturdida com olhar de solicitude,
Perdida em atitude afetuosa, gostosa,
Coração acelerado, frio na barriga,
Rostos colados, suspiros dobrados,
Um cheiro único exala e paira no ar,
Sentimentos uma incógnita em órbita
Uma vontade de querer te amar,
Na magia nosso primeiro beijo,
Sabor surpreendente, ardente,
A completude na inquietude,
Movimentos delicados, sagrado,
A lua também beijava o mar,
Um encantamento embriagante,
Senti medo de quebrar o encanto,
Controlava a respiração denunciante,
Arrepios invadiram minha alma,
Em um delicado carinho em minha face,
Estremeci flutuando em seus braços,
Sem embaraço embarcamos no amor.
Marta Paes

domingo, 19 de janeiro de 2014

O AMOR E A FORÇA DA NATUREZA

Você apareceu como um raio,
Por este raio cósmico foi atraída,
Desfalecida encontrei o amor,
Com o grito de trovão me encantei,
Com a plenitude do relâmpago me encandeei,
Chuvas de alegria permeavam nosso amor,
Em cada estrela um sonho prometido,
A lua testemunhava cada momento,
Sentimentos de encantamento mágico,
O raio sossegou, o trovão silenciou,
As chuvas foram cessando até desaparecer,
As estrelas e lua deram lugar ao nascer do sol,
Forças contrárias naturalmente atuam,
O cenário mudou como a própria natureza,
A beleza do nosso amor ficou adormecida,
Os ventos sopraram em outras direções,
Perdemos-nos, sem tempo de reencontrarmos,
Na rapidez de um raio nos despedimos,
A lua chorou sentindo falta do nosso amor.
Marta Paes

ARREMATE PARA O AMOR

Peguei minha agulha que mergulha,
No tecido da alma que debulha os prantos,
Meus pontos, encantos e desencantos,
Com o tempo vamos ganhando habilidades,
Percebi um nó apertado e difícil de desfazer,
A linha que antes deslizava agora interditada,
Sabia que teria que treinar a paciência,
Entender que tem nó de difícil remoção,
Tem momentos que precisamos mudar a linha,
Para continuar costurando nossa trajetória,
Peguei as multicores quis bordar o amor,
As mãos trêmulas e os pontos rebuscados,
Seria o amor assim tão complicado?
Costurei em linhas retas e diretas,
O tecido fora todo preenchido, contestou,
Exigia linhas curvas e zigue-zague,
Bordei em aspirais, descobri as simetrias,
As curvas sinuosas exige firmeza no traço,
Em meio a tantos pontos e conta pontos,
Percebi a fragilidade das linhas,
Que não adianta querer traçar um desenho,
Em linhas quebradiças ou com nó,
Liberei a imaginação, soltei a emoção,
A agulha saltitante bordou um coração,
Preenchi com as linhas do amor,
Que na sua caminhada livre e solta,
Faz verdadeiras obras de artes consagradas,
Descobri que não há como representar o amor,
Cada agulha é mágica, cada momento é único,
Não preciso seguir os arremates requintados,
Agora com um desenho livre, achei os desfechos,
Como controlar as linhas do coração marchetado?
Um traço invisível e imaginário na proporção,
Melhor segui a voz da intuição em ebulição,
Pois nas emoções não há ponto final,
Há um sinal vital, atual ou até banal,
Nem algo pontual, apenas uma vontade de amar.
Marta Paes

sábado, 18 de janeiro de 2014

UMA PONTE NA ESTRADA DA VIDA

Desacelerei para encontrar o Eu interior,
Na paisagem a vida pede passagem,
Percebi a mensagem, vou segui viagem,
Sentindo as batidas do meu coração,
Vivenciado o aroma de cada emoção,
Desacelerei e encontrei meu ritmo,
Na cadencia do compasso sintonizado,
Na ponte da vida a ligação do passado,
Com todo cuidado com o presente,
Pilares da esperança alicerçam minha alma,
Sigo minha caminhada com passos firmes,
Na estrada da vida tem momentos íngremes,
Todo cuidado para não cair e arrebentar-se,
O momento é silenciado por mil pensamentos,
Não há espaço para arrependimentos,
Bons sentimentos são velhos companheiros,
Envolvendo em um abraço a centelha interior,
Que representa a faísca do amor próprio,
Que deve ser fortalecido como a força de um raio,
Recebido com todo rojão que faz um trovão,
Desacelerei para compor meu ponto de equilíbrio,
Em linhas imaginárias traço meu destino,
Minha intuição ainda é uma menina,
Que busca entender o emaranhado da vida,
Na arte de viver atino para acertar o desatino,
Olho com serenidade para meu INTERIOR,
Reconheço cada flor que foi colhida e acolhida,
Recebida para aromatizar o jardim da vida.

Marta Paes

A VIDA É UM QUEBRA-CABEÇA

No quebra- cabeça da vida,
Há peças perdidas outras sem encaixes,
As decepções e frustrações não encaixam,
Nem tão pouco as traições,
São tantos os desencaixes,
Na lacuna, o abismo emocional,
Que são fendas naturais,
Há os encaixes perfeitos,
Como os dos bons sentimentos,
A amizade, lealdade, bondade,
No todo há unidade para a junção,
Animação para se engatarem,
Encaixam-se na harmonia,
Vontade e determinação,
Há momentos de ajustes,
Outros que não engrenam,
As peças vão se chegando,
Somando-se e transformando,
No quebra- cabeça da vida,
Um labirinto sem fim,
Porém com a finalidade,
Completar o incompleto,
Nossa obra inacabada,
Importante brincar com as peças,
Ter a leveza para o lúdico,
Acreditar na intuição e encaixar,
Ouvir a voz do coração com emoção,
Ir encaixando cada peça em seu lugar,
Acomodar é preciso em algum compartimento,
Seja amor ou dor alegria ou tristeza,
Vão chegando e se adaptando,
Tem peças já conhecida de fácil arremate,
As cicatrizes da alma garantiram o seu lugar,
O acaso também quis se aproximar,
O importante é saber que há diversidades,
Como também as adversidades,
Em meio a tantas peças haja paciência,
Uma dose de persistência é preciso,
A prova da vida é um quebra-cabeça.
Marta Paes

DESATINOS NOS ACORDES DO AMOR

Quando o amor desafina e peregrina,
Perde-se o tino outrora divino,
Nos acordes do amor há harmonia,
Sintonia, alegria, fantasia,
O instrumento tocador: O coração,
Que deve se afinado com emoção,
Bons pensamentos e sentimentos,
Com carinho para não perder o tom,
Ouvir o som que emana da alma, 
Em ondas sensórias e vibratórias,
O amor é uma linha tênue,
Sem sensibilidade é imperceptível,
No instrumento musical: VIDA,
Por vezes desafina de forma enlouquecida,
Arrepios são desafios se estou por um fio,
Atino para o desatino e afino,
O espetáculo real, não pode parar,
Sigo orquestrando minha sinfonia,
Ao fundo, coral de anjos celestiais,
Que compõem sem descompassos,
A ternura do amor maior, 
O amor próprio.
Marta Paes

RESGATE A ÚLTIMA LÁGRIMA

Lágrimas lavam a alma,
Atenua a dor do desalento,
Lágrimas irrigam o coração,
Lágrimas Fortalecem as emoções,
Equalizam a razão sonhadora,
Estabelecem ponto de equilíbrio,
Na fragilidade das lágrimas,
A coragem do enfrentamento,
Lágrimas que derretem a rigidez,
Desanuviado alivia a estupidez,
Amedrontado esconde a timidez,
Olhos embaçados e determinados,
As lágrimas anunciam o desespero,
A dor ressentida esconde a ferida,
Lágrimas são as memórias da dor,
Apelo escondido no pranto perdido,
Lágrimas expõem as feridas doidas,
Lágrimas explosões de sentimentos,
Arrependimentos, ressentimentos,
Lágrimas da esperança e bonança,
Lágrimas refletem o espelho da alma,
Lágrimas silenciadas pela vida,
Lágrimas contidas na despedida,
A última lágrima vertida foi acolhida,
No jardim do coração, regando emoção.
Marta Paes

O AMOR ENTENDE O SINAL DE FUMAÇA

Se estiver sem sinal, acenda a fogueira,
Se onde há fogo, há fumaça, não disfarce,
Solta a fumaça e faz um sinal fatal,
Acene que  vou saber entender,
Meu coração vai saber que é você,
Solte os tufos de fumaça, decodificarei,
Não disfarça, me fala a linguagem do amor,
Não deixe a brisa dispersar a mensagem,
Nossa comunicação primitiva, instintiva,
Encontro-me entre signos e significados,
Ao mesmo tempo significado e significante,
Ao se sentir perdido, solte a fumaça,
Que vou ao seu encontro sem colidir,
Liberte o medo das emoções flutuantes,
Não fique perdido ou isolado, atire-se,
Libere o sinal que vou te encontrar,
Seja rápido o céu sinaliza temporal,
Ficaremos sem sinal, solte a fumaça,
Não deixe desaguar este sentimento,
Que certamente irá sem olhar para trás,
Só quero um sinal, um nevoeiro esclarecedor,
Não fique perdido escurecido, solte a couraça,
Pendure a armadura, desnude o coração,
Sente e fume o cachimbo da paz,
Daqui entenderei a fumaceira,
Saberei que é seu jeito de amar.
Marta Paes